Uma das histórias mais encantadoras de minha vida é justamente a tão perseguida Maria Antonieta. Eu não gostei muiiito do filme de Sophia Coppola. Achei que faltou mais essência da própria Maria Antonietta, mas aqui quero falar do perfeito e encantador figurino da época.
Marie Antoinette em trajes mais íntimos: ainda os tons rosados, desta vez salmon.
Um filme sobre a última rainha da França (coisa lastimável a França não ter mais reis), tinha que fazer jus ao padrão dela que – entre tantas outras coisas – foi conhecida por seu modo de vestir. Maria Antonieta tinha um cabeleleiro particular, os melhores costureiros e chapeleiros (que trazia de Paris) e gostava de inventar moda com seus penteados exóticos e aplicações nos vestidos (pérolas e pedras preciosas).
“Ser a mulher mais à la mode de todas parecia a coisa mais desejável que se poderia imaginar; e essa fraqueza, indigna de uma grande soberana, foi a única causa de todos os defeitos exagerados que o povo tão cruelmente lhe atribuiu.” (Condessa de Boigne sobre Maria Antonieta)
O povo, diga-se de passagem, na verdade foi totalmente influenciado pela propaganda dos revolucionários que espalharam todo tipo de calúnia sobre a imagem de Maria Antonieta, como forma de fazer com que as pessoas tivessem repulsa por sua figura e assim fosse mais fácil levá-la ao cárcere e assassiná-la, que foi o que terminou acontecendo. Tudo em nome da revolução. Coisa horrorosa a ideologia! Para os revolucionários as vidas não importam e sim a causa, pois na mentalidade deles o fim justifica os meios. Triste!
A Rainha nem mesmo podia comer em paz: sempre cercada de gente. Nada de privacidade.
O irmão da rainha chegou a reclamar da quantidade de rouge que ela usava.
Era o estilo francês: muito espalhafatoso para o padrão austríaco.
Era o estilo francês: muito espalhafatoso para o padrão austríaco.
Família
No filme de Sophia as cores são lindas. Maria Antonieta adorava os tons pastel verde e azul e detestava o laranja. A figurinista Milena Canonero – que ganhou o Oscar por este trabalho – usou outras cores simbolizando a passagem do tempo: tons pastel de azul e rosa na adolescência, cores mais quentes na juventude e tons escuros no período que se avizinha do fim de sua vida como rainha.
A rainha ainda menina: azul bem clarinho
A rainha adulta: pretinho básico no baile de máscaras
“Ao longo da história, a moda tem influenciado o cinema. Mas hoje em dia a moda está muito presente. Então a moda influencia o cinema também, e é uma troca contínua. Como Stanley costumava dizer, você pode pegar sua experiência de qualquer tipo e fonte, e moda pode ser uma dessas fontes, mesmo que seja um filme de época. E você não pode esquecer que está fazendo um filme de época, ele precisa ser crível”.
“Em Maria Antonieta, a nossa diretora Sophia Coppola não queria fazer algo acadêmico e ao mesmo tempo não queria fazer algo que não fosse crível. Então fomos em uma direção que é a arte que vocês conferem agora. Cada vez que você trabalha o mesmo período [num filme de época], você pode fazê-lo de tantas maneiras diferentes… a visão do diretor é a coisa mais importante em um filme”. (Milena Canonero)
Canonero contou com artigos de grandes nomes do mundo fashion para criar o figurino, tais como Karl Lagerfeld, John Galliano e Fendi. As jóias são de Victorie de Castellane, da Dior.
Para os pés o grande Manolo Blahnik criou uma linha especial apenas para a obra de Sophia.
Mas a curiosidade da linha de sapatos deste filme é um All Star azul clarinho que aparece rapidamente em meio aos maravilhosos Manolos. O tênis é para mostrar a juventude de Maria Antonieta e fazer a ligação dela com os jovens de hoje.
Tudo azul: reparem no charme das meias e no All Star ao fundo
O interessante é que neste filme os vestidos, sapatos, cabelos e acessórios lembram doces. É de dar água na boca mesmo! Que docinhos lindos! I want candy!
Para quem quiser saber mais sobre a vida de Maria Antonieta eu recomendo o livro de Antonia Fraser. É realmente muito bom, fruto de muita pesquisa, diferente de certos autores que se prestaram apenas a difundir a propaganda revolucionária sem se importar com as mentiras, e incongruências. Neste livro de Fraser, vemos um ser humano e não uma caricatura mal feita.
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